O Grupo Artecola e a FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia estão dando início a um modelo inédito de financiamento para quem busca inovar. Trata-se do primeiro investimento em internacionalização da inovação, destinando recursos para as unidades da empresa no Brasil e no exterior. Serão R$ 16,33 milhões em recursos públicos e privados, 49% deles para investimentos na Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru. “A outra metade irá qualificar nossos sistemas de inovação em unidades do Rio Grande do Sul e São Paulo”, informa a Diretora de Exportações e América Latina, Lisiane Kunst Bohnen.
Para chegar a este modelo que inova no próprio formato, a Artecola e a FINEP trilharam um longo caminho juntos. Depois de três projetos já executados em parceria – e que resultaram no desenvolvimento de produtos inovadores como a linha ECOFIBRA, premiada nacionalmente – a empresa e a financiadora decidiram ousar. “A Artecola já havia conquistado o reconhecimento pelo perfil inovador e crescia como uma empresa internacional, especialmente depois da aquisição de quatro plantas no exterior em apenas um ano”, relembra Lisiane. “E a FINEP desejava abrir novas frentes de promoção da inovação.”
RECURSOS - Os R$ 16 milhões do novo projeto, provenientes do Programa Inova Brasil, serão aplicados em equipamentos, softwares, programas de qualificação de equipes e treinamentos, matérias-primas, contratação de serviços de consultoria e obras civis. A Diretora da Artecola destaca que o investimento em todas as unidades, no país e fora dele, resulta em crescimento no Brasil. “Numa primeira análise, podemos falar apenas dos resultados financeiros que são consolidados aqui. Mas há todo um ganho em inteligência de Recursos Humanos, inovação para diferentes mercados, competitividade para diversas cadeias produtivas, enfim, uma série de vantagens que estes investimentos geram para o mercado”, enfatiza a executiva. “Mesmo que parte da verba seja enviada para o exterior, o resultado final acontece no Brasil.”
PORQUE INVESTIR NO EXTERIOR - As características dos negócios da Artecola requerem investimentos nas diversas plantas da empresa. Operando com adesivos industriais nos cinco países onde mantém plantas produtivas, a Artecola precisa atender adequadamente aos mercados, desenvolver produtos customizados e manter uma velocidade de resposta que é fundamental para sua competitividade. “Não podemos atuar com gargalos em P&D quando temos a inovação como um de nossos principais diferenciais”, reforça a Diretora.
Ela cita estudo recente da Roland Berger Strategy Consultants, uma das maiores e mais conceituadas consultorias em gestão empresarial do mundo, para destacar a importância do novo projeto. “O estudo mostra que é necessário um esforço ainda maior dos setores público e privado para que a inovação no Brasil se torne capaz de alavancar o crescimento do país. Este projeto atende exatamente a esta necessidade, contribuindo para a geração de resultados através da inovação.”
MVC - Além do projeto internacional, o Grupo Artecola obteve junto à FINEP financiamento para sua subsidiária MVC Soluções em Plásticos. São R$ 9.807.397,00 para o Programa Nova Geração, focado na pesquisa, desenvolvimento e inovação. Há investimentos para um moderno Centro de Design, uma planta-piloto, que dará maior agilidade ao desenvolvimento de produtos inovadores, e em pesquisa de novos produtos.
O GRUPO ARTECOLA E A INOVAÇÃO – Em 2009, mais de 26% da receita da empresa foi obtida a partir de novos produtos/inovação. “Este dado nos coloca muito perto de níveis considerados benchmarking em inovação, e que devemos atingir já em 2010, quando devemos superar os 30%”, afirma Lisiane Kunst Bohnen. Para 2020, a meta é ainda mais ousada: alcançar metade da receita com produtos inovadores. “Investimos forte em inovação, e acreditamos que as linhas de financiamento precisam apoiar este investimento, assim como a legislação. A Artecola esteve entre as primeiras empresas a se adequar à legislação da Lei do Bem”, exemplifica Diretora.
O Grupo produz especialidades em adesivos, laminados, EPIs (equipamentos de proteção individual) e plásticos de engenharia. Mantém 13 plantas industriais, sete delas no Brasil (RS, PR, SP e BA) e outras seis no Chile, Argentina, Peru, Colômbia e México. Está entre as empresas brasileiras mais internacionalizadas, na décima primeira posição, conforme pesquisa da Fundação Dom Cabral. Conta com 1.700 colaboradores, atuando nos mercados: calçadista, construção civil, automotivo, madeira e papel & embalagem, entre outros. Registrou Receita Líquida de R$ 281 milhões em 2009 e projeta 21% de crescimento para 2010. (fonte: N2)